Saiba todas as diferenças entre Engenheiros e Arquitetos

Saiba todas as diferenças entre Engenheiros e Arquitetos
3 anos atrás

Calcular e ajudar a preparar projetos de construção: queremos dizer profissionais da área da construção ou da engenharia civil? Se você não sabe a resposta exata, não se preocupe, porque há mais perguntas do que você pensa.

Afinal, as semelhanças entre esses cursos podem causar muita confusão na hora de escolher uma carreira. Que tal tirar suas dúvidas agora?

Quais são as características dos cursos?

Antes de mais nada, é preciso entender que cada curso se propõe a formar profissionais com características particulares, capazes de atuar em atividades específicas. Pensando nisso, explicaremos aqui as características de cada um e as diferenças entre eles, para que você consiga escolher o que se encaixa melhor em seus objetivos, ok?

Objetivo

Basicamente, o objetivo do curso de Arquitetura e Urbanismo é formar profissionais capazes de planejar e desenhar espaços urbanos e construções, considerando para isso aspectos históricos, culturais, estéticos e funcionais envolvendo as pessoas e o meio ambiente.

Já o curso de Engenharia Civil objetiva capacitar profissionais para projetar e executar obras — como edifícios, pontes, rodovias e assim por diante. O engenheiro civil é responsável, assim, por gerenciar e acompanhar o processo da obra.

Duração

O MEC exige que ambos os cursos tenham carga horária mínima de 3.600 horas, incluindo estágios supervisionados. Na prática, porém, essa duração pode variar de acordo com a faculdade. A maioria das instituições distribui esse tempo ao longo de 5 anos, totalizando 10 períodos.

Currículo

A grade curricular de Arquitetura e Urbanismo é composta por disciplinas como:

Análise da Forma Urbana e Composição da Paisagem;
Conforto Ambiental;
Estudo da Forma;
Geometria Descritiva;
História e Teoria da Arquitetura;
História do Urbanismo;
Instalações Hidráulicas Prediais;
Mecânica Vetorial;
Planejamento Urbano e Regional;
Projeto Arquitetônico;
Tecnologia das Edificações;
Teoria da Habitação.

Já a grade curricular de Engenharia Civil inclui disciplinas como:

Construção de Edifícios;
Estrutura Metálica;
Física;
Geometria Analítica e Vetores;
Geologia;
Hidráulica;
Mecânica dos Solos;
Projeto Arquitetônico e Urbano;
Química;
Saneamento Básico;
Topografia;
Transporte.
Atuação

Para atuar como arquiteto ou engenheiro civil, é preciso obter diploma reconhecido, em uma instituição credenciada pelo MEC. A diferença é que o arquiteto deve solicitar registro profissional no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) na região onde atua, enquanto o engenheiro deve ser registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).

O arquiteto está apto a projetar e coordenar construções e reformas. Esse profissional determina, por exemplo, quais serão os materiais usados na obra, como será a iluminação, que cores usar e demais aspectos estéticos e funcionais dos ambientes. Confira algumas opções de atuação para a área:

arquitetura de interiores: nessa função, é possível atuar planejando a distribuição dos elementos internos de uma obra — como os móveis de uma casa;
arquitetura industrial: nesse caso, você pode trabalhar projetando instalações industriais para melhorar a segurança e a funcionalidade das fábricas;
restauração de edifícios: nessa atividade, o profissional planeja a recuperação de construções deterioradas — como patrimônios históricos e públicos;
desenvolvimento urbano: nesse setor, trabalha-se planejando uma região urbana, analisando a distribuição das ruas, avenidas, sinalizações, construções e assim por diante.

O engenheiro, por outro lado, pode trabalhar com construções civis, estruturas e fundações, geotécnica, hidráulica, infraestrutura e saneamento. Enquanto isso, o arquiteto gerencia equipes e supervisiona o processo de construção de um edifício. Veja outras opções:

construção civil: nessa área, o profissional planeja e gerencia obras — como pontes, estádios, edifícios, aeroportos e por aí vai;
recursos hídricos e saneamento: aqui, trabalha-se com obras como barragens, canais de água e esgoto, sistemas de irrigação, reservatórios e assim por diante;
infraestrutura e transporte: nesse âmbito, o trabalho é focado em obras como túneis, ferrovias e viadutos.
Mercado

De acordo com uma pesquisa recente do CAU, o Brasil contava com aproximadamente 143 mil arquitetos e urbanistas em atuação e 20 mil empresas do segmento funcionando até 2016. E o mercado está em constante expansão.

Hoje em dia, os arquitetos podem atuar em órgãos públicos, construtoras e escritórios de arquitetura ou mesmo abrir a própria empresa para obterem mais vantagens, participando de licitações e se tornando mais competitivos.

Por outro lado, existem aproximadamente 273 mil engenheiros civis ativos no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA). Por ser um mercado de ampla atuação, o engenheiro encontra diversas oportunidades, podendo atuar em construtoras, escritórios de engenharia, indústrias e órgãos públicos, além de também poder abrir sua própria empresa.

Ambos os mercados (assim como muitos outros) flutuam de acordo com a situação econômica do país. Com a ocorrência de grandes eventos esportivos, como a Copa e as Olimpíadas, por exemplo, houve no Brasil uma grande demanda tanto por engenheiros como por arquitetos. Já quando a economia enfraquece, as demissões aumentam.

No entanto, vale lembrar que essas oscilações não são motivos para desânimo. Afinal, por serem profissionais essenciais para o desenvolvimento do país, sempre haverá demanda — pelo menos é isso o que afirma Murilo Pinheiro, presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE).

Remuneração

Conforme a Lei 4.950-A, de 1966, o piso salarial do engenheiro civil e do arquiteto e urbanista deve ser de:

6 salários mínimos para 6 horas diárias trabalhadas;
7,25 salários mínimos para 7 horas trabalhadas;
8,5 salários mínimos para 8 horas trabalhadas.

É importante lembrar que esse valor depende da função desempenhada, da variação do salário mínimo, das habilidades e experiências dos profissionais. Segundo a Catho, um arquiteto pleno recebe, em média, cerca de 4.300 reais, enquanto um engenheiro civil pleno recebe uma média de 7.300 reais.

Perfil

Como a Arquitetura envolve aspectos estéticos dos espaços, é necessário que o arquiteto tenha criatividade para desenvolver obras ao mesmo tempo elegantes e funcionais, beneficiando as pessoas e causando o mínimo de impacto possível ao meio ambiente.

Por isso, é preciso entender fatores históricos, sociais e econômicos envolvidos, além de dominar a Geometria, ter boa habilidade para desenhar, noção espacial e saber usar sistemas tecnológicos.

Diferentemente, a Engenharia Civil foca na área de exatas, capacitando o aluno para realizar cálculos, lidar com Física, Química e disciplinas relacionadas. Como o engenheiro não estuda as disciplinas de humanas tanto quanto os arquitetos, é preciso gostar das matérias de exatas e buscar desenvolver sua expertise com base nelas.

Como escolher entre Arquitetura ou Engenharia?

Tanto arquitetos como engenheiros podem trabalhar no planejamento e na execução de obras, mas desempenhando tarefas diferentes. Enquanto um arquiteto considera aspectos históricos e artísticos para projetar, por exemplo, o engenheiro se concentra na execução, analisando fatores físicos, químicos e matemáticos relacionados.

Além disso, cada profissão segue linhas de especialização distintas. Somente arquitetos podem trabalhar com obras de restauração de patrimônio histórico, por exemplo. Da mesma forma, apenas engenheiros podem atuar na construção de pontes, viadutos e estradas.

Como você pode perceber, o arquiteto tem uma atuação mais humanística, lidando com a parte estética e funcional dos espaços. Já o foco do engenheiro está na parte técnica, considerando cálculos estruturais e o comportamento dos materiais.

É preciso levar tudo isso em conta para se decidir entre os cursos! Defina qual é a atividade pela qual tem mais interesse, pense se você se identifica mais com a parte visual e estética, se acha legal ter que considerar fatores históricos e sociais ou se prefere uma atuação mais mão na massa, lidando com a execução.

Via: Unigranrio